Legislação que prevê o respeito às características da população rural ainda não virou realidade
Iracy Paulina (novaescola@atleitor.com.br)
Vínculo com a terra Depois do avanço
nos anos 1990, políticas públicas ainda
precisam considerar as necessidades
de ensino das crianças e investir no
fortalecimento da ligação do professor
com a escola rural
nos anos 1990, políticas públicas ainda
precisam considerar as necessidades
de ensino das crianças e investir no
fortalecimento da ligação do professor
com a escola rural
Por muito tempo, pouco se olhou para as carências do ensino no campo, como a falta de infraestrutura e o currículo, que não levava em conta as necessidades específicas desses jovens e dessas crianças. Nos últimos 25 anos, pelo menos no terreno na legislação, isso mudou. Tanto que, no ano passado, o decreto 7.352 transformou o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) em política pública. Dessa forma, assegurou o comprometimento de governos futuros com a criação de cursos de Pedagogia e de especialização específicos para professores das escolas do campo.
Para garantir, pelo menos em lei, uma escola adequada, os moradores da área rural batalharam muito. O ensino, durante anos, apenas preparou os estudantes para trabalhar nas cidades. Os movimentos populares dos anos 1980, como o dos Trabalhadores Sem Terra (MST), pediram mudanças. "Uma das principais conquistas foi a inclusão do tema na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em 1996", pontua Maria Antonia de Souza, professora de pós-graduação do curso de Educação da Universidade Tuiuti do Paraná. Outros documentos oficiais em que também há preocupação com os âmbitos pedagógico e político são expressão das lutas dos povos do campo, como as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo e as diretrizes complementares. Em 2004, o MEC criou a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), que tem entre suas atribuições a de gerenciar diversos programas voltados à melhoria das condições de ensino no meio rural. Um deles é o Escola Ativa, com metodologia voltada para salas multisseriadas - existem mais de 50 mil escolas no país que têm uma sala só, reunindo crianças de diversas idades. Outra iniciativa é o Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo (Procampo), que tem como objetivo investir na formação em serviço de professores dos anos finais do Ensino Fundamental - principalmente os que têm o Ensino Médio e não frequentam uma universidade.
"A Educação no campo precisa valorizar ainda mais a realidade de quem vive e trabalha na terra, fortalecer o vínculo do professor com a escola e oferecer mais vagas tanto na segunda etapa do Ensino Fundamental como no Médio", afirma Mônica Castagna Molina, docente da Universidade de Brasília (UnB).
Para garantir, pelo menos em lei, uma escola adequada, os moradores da área rural batalharam muito. O ensino, durante anos, apenas preparou os estudantes para trabalhar nas cidades. Os movimentos populares dos anos 1980, como o dos Trabalhadores Sem Terra (MST), pediram mudanças. "Uma das principais conquistas foi a inclusão do tema na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em 1996", pontua Maria Antonia de Souza, professora de pós-graduação do curso de Educação da Universidade Tuiuti do Paraná. Outros documentos oficiais em que também há preocupação com os âmbitos pedagógico e político são expressão das lutas dos povos do campo, como as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo e as diretrizes complementares. Em 2004, o MEC criou a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), que tem entre suas atribuições a de gerenciar diversos programas voltados à melhoria das condições de ensino no meio rural. Um deles é o Escola Ativa, com metodologia voltada para salas multisseriadas - existem mais de 50 mil escolas no país que têm uma sala só, reunindo crianças de diversas idades. Outra iniciativa é o Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo (Procampo), que tem como objetivo investir na formação em serviço de professores dos anos finais do Ensino Fundamental - principalmente os que têm o Ensino Médio e não frequentam uma universidade.
"A Educação no campo precisa valorizar ainda mais a realidade de quem vive e trabalha na terra, fortalecer o vínculo do professor com a escola e oferecer mais vagas tanto na segunda etapa do Ensino Fundamental como no Médio", afirma Mônica Castagna Molina, docente da Universidade de Brasília (UnB).
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